As manifestações no Brasil são mesmo essenciais, não são modismo ou diversão.
Se elas não continuassem os políticos agiriam como alguém que "fecha uma janela para conter o vento um pouco mais forte".
No extremo sul baiano, a questão torna-se ainda mais complexa, pois não trata-se somente de uma reforma política, mas de uma revolução sociológica, antropológica, psicológica e filosófica, que culminará com a contenção das remanescências do coronelismo político nesta região.
As manifestações pacíficas encontram uma enorme repercussão nas pequenas cidades do extremo sul, conquistam a simpatia de muitos cidadãos por causa do fácil acesso de muitos à internet e à ausência de repressão policial.
Com certeza, muitos policiais fardados, se pudessem, com ou sem farda, se juntariam aos manifestantes para expressar sua revolta contra as desigualdades e a corrupção.
Está evidente aos olhos de muitos que existe o interesse de uma elite que faz da política um negócio, que a educação e a saúde pública - preventiva, com foco no controle social e cidadania - não prosperem.
Fica evidente que a maioria dos adultos simplesmente se acomodam, aceitam ou, simplesmente, não querem "se estressar", fazendo com que a esperança de futuro recaia sobre os adolescentes e pós- adolescentes.
A nova geração, convivendo diariamente com a tecnologia, parece mais propensa a pensar e aprender e menos instintiva (que fica ligada apenas aos prazeres, sem visão ou preparação concreta para o futuro).
As antigas afirmações dos intelectuais da classe média começam a surtir efeito, quando declaram que os parasitas políticos e suas proles nutrem o interesse em manter o povo não somente "feliz", mas alienado, submisso, calado, pronto para ser manipulado, comprado com simpatia, pequenos favores, por míseras cestas básicas ou somas em dinheiro, momentos antes das eleições.
Na verdade, como diz Jô Soares, a corrupção é um problema do mundo, mas é uma cultura muito nossa, essa, da impunidade.
Muita, mas muita gente acha "legal", "emocionante", transgredir, violar regras e a própria constituição, as leis instituídas.
"Os políticos podem e o povo também pode descumprir a lei e tudo vai acabar em pizza".
Depois de tudo pode-se facilmente "deixar pra lá" e "esquecer em um bar".
Até dá pra entender, em um lugar tão paradisíaco, com comida tão boa, tempero tão saboroso, pessoas bonitas e música animada pode-se continuar "vivendo bem", apesar de tanta roubalheira de tantos políticos.
É bonito ver tantas pessoas felizes e satisfeitas com o que receberam de Deus nesse "quase paraíso" baiano, mas, o que acontecerá quando mais jovens perceberam que podem ter muito mais e que tem as armas para lutar, vencer e conquistar?
Hein?
Somos aqueles que querem ver uma população participativa e atuante na sociedade. "Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles." (Rui Barbosa)
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